quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Teologia Bíblica II - Terceira Aula



O Cânon do Novo Testamento

            O caminho percorrido desde a produção do texto dos 27 livros do NT até seu reconhecimento pela Igreja levou aproximadamente 3 séculos.

            Num sentido básico o Cânon não foi “criado” nem por indivíduos, tão pouco por algum conselho; em vez disso, indivíduos e conselhos perceberam e reconheceram a qualidade autoprobatória desses textos, que impuseram-se a si mesmos como canônicos sobre a Igreja. A Igreja não criou o Cânon, mas “reconheceu” como sagrado (regra) um universo consideravelmente  significativo de escritos dos primórdios do NT.

            A base de julgamento para tal reconhecimento consistia em verificar se possuíam as marcas da autoridade apostólica – escritos, ou pelos próprios apóstolos ou por auxiliares próximos, se sua origem era comprovadamente do 1º século e se a mensagem se harmonizava coerentemente com o Evangelho de Jesus Cristo.  Em suma, a autoria, a data e o conteúdo eram peças importantes.

            Até 1989, mais de 5 mil manuscritos contendo pelo menos um pedaço do Novo Testamento tinham sido catalogados.
ü Mais de 5000 manuscritos do texto do NT grego
o   88 papiros
o   274 unciais (manuscritos maiúsculos) – geralmente em pergaminhos
o   3000+ minúsculos – tipo de letra cursiva desenvolvida em Bizâncio
o   2140+ lecionários em grego (para leitura diária, devocionais, culto)

ü Mais de 10.000 manuscritos em outros dialetos
o   8000 manuscritos em latim
o   2000 manuscritos em outras versões

ü Somente 1/60 das palavras do texto são disputadas; 1 palavra em cada 1000 envolve alguma dúvida importante sobre o significado no texto original.

ü Há tantas citações do NT grego na literatura patrística, que poderíamos reproduzir quase todo o NT baseado somente nelas! (Wallace, II-10)

ü O NT é o documento do mundo antigo melhor preservado de todos.  Há mais cópias do NT grego do que qualquer literatura antiga e parece que mais cópias do que a soma de TODOS os manuscritos de TODA a literatura clássica! (Wallace, II-5). 

ü O manuscrito mais velho do NT: P52, datado entre 80-125 a.d..  É muito mais perto da data da composição original do que o manuscrito mais velho de qualquer outra literatura antiga. 

Histórico do Cânon

Período Apostólico:  autoridade oral (At 2.42) e escrita (2Pe 3.16) dos apóstolos era normativa para a Igreja (cf. Gl 1.7-9; 1Ts 2.13). Com base em 2Pe 3.16, talvez pudéssemos sugerir os primórdios de uma “coleção” de escritos paulinos.

Período Pós-apostólico:  outros evangelhos além dos 4 posteriormente canonizados, com certa autoridade (especulações gnósticas, lendas sobre a vida infante de Jesus).  Márcion (cerca de 150 a.D.) falava de uma “nova mensagem” dada secretamente por Jesus aos 12, que não haviam evitado sua corrupção, sendo preservada apenas por Paulo.  Em sua lista havia Lucas (com algumas omissões) e mais 10 cartas de Paulo sem as pastorais.

Irineu:  cerca de 178-200 a.D., fixou em 4 o número dos evangelhos.  Foi o primeiro a sugerir um teste básico para a canonicidade, que consistia no fato de que dentre os diversos livros cristãos os de maior valor seriam os que têm alguma ligação com os apóstolos.

Cânon Muratoriano:  cerca de 180 a.D. descoberto pelo bibliotecário Muratori na Biblioteca Ambrosiana em Milão.  Reflete a tradição da Igreja sobre o NT.  A terceira parte do Cânon ainda incerta.  O apócrifo “Pastor de Hermas” era de uso pessoal, não público.

a.D. 200:  Cânon já bem semelhante ao que temos acesso hoje.  As discussões giravam em torno de Apocalipse no Oriente e Hebreus no Ocidente.  A Terceira parte do Cânon já mais definida.  Houve a rejeição de Atos de Paulo, Pastor de Hermas, Apocalipse de Pedro, carta de Barnabé, “Didachê” e do Evangelho segundo Hebreus.

a.D. 300:  fixação do cânon com listas dos livros com autoridade para a Igreja:  Atanásio (Igreja Oriental – 367 a.D.) e Concílio de Cartago (Igreja Ocidental – 397 a.D.)

O Processo do Cânon
180 a.D.

NT da Igreja Romana (Muratori)
250 a.D.

NT de Orígenes
300 a.D.

NT de Eusébio
400 a.D.

Concílio de Cartago

4 Evangelhos

Atos

Paulinas
Rm
1 e 2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 e 2 Ts
1 e 2 Tm
Tt
Fm

4 Evangelhos

Atos

Paulinas
Rm
1 e 2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 e 2 Ts
1 e 2 Tm
Tt
Fm

4 Evangelhos

Atos

Paulinas
Rm
1 e 2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 e 2 Ts
1 e 2 Tm
Tt
Fm

4 Evangelhos

Atos

Paulinas
Rm
1 e 2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 e 2 Ts
1 e 2 Tm
Tt
Fm
Tg
1 e 2 Jo
Jd
Ap de João
Ap de Pedro
Sabedoria de Salomão
1 Pe
1 Jo

Ap de João
1 Pe
1 Jo

Ap de João
(autoria disputada)
Hb
Tg
1 e 2 Pe
1,2 e 3 Jo
Jd
Ap de João
 Pastor de Hermas
(uso pessoal, não público)
Disputadas:
Hb, Tg, 2Pe, 2 e 3Jo, Jd, Pastor de Hermas, Epístola de Barnabé, Didachê, Evang. Hb


(J.Drane, “Introducing the NT”, p. 408s.)
3. Introdução aos Evangelhos Sinóticos

            Quando fazemos uma análise dos Evangelhos, percebemos que o atribuído a João se sobressai como uma literatura mais autônoma, ou seja, que não demonstra uma dependência dos outros 3 Evangelhos.  Já os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas esboçam uma ligação entre si.  Por isso, denomina-se esses três de “Evangelhos Sinóticos”, que significa uma visão conjunta, ou um mesmo olhar para a vida e o ministério de Jesus (gr. “sin + óptico”= com a mesma ótica).

            Quando estudamos os Evangelhos não estamos apenas vendo o que Jesus disse e fez, mas também como cada autor entendeu o que Ele disse e fez.  Por isso, é importante ter em mente que nenhum Evangelho é mais teológico que outro, mas que cada um deles é teologia.  Cada autor tem como objeto o que Jesus disse e fez e se esforça para transmitir isso. É Jesus quem importa nestes escritos e não o evangelista.

I.                   Harmonia dos Evangelhos:

a.       Diatessaron de Taciano (Síria): A primeira tentativa preservada está no 2º séc. A.D.  com o chamado “Diatessaron”, que em Grego significa através dos quatro.  Taciano procurou combinar os 4 Evangelhos numa só narrativa consecutiva.  Basicamente ele traçou a seguinte linha:
ü Mateus para o ministério de Jesus
ü João para a paixão de Jesus
ü Inseriu Marcos e Lucas onde era apropriado (por exemplo: Sermão do Monte de Mt 5-7 e o Sermão da Planície de Lc 6.17-49).

b.      Agostinho de Hipona: já na segunda metade do 4º e início do 5º séc. A.D., enfatizou que os Evangelhos freqüentemente não indicam com precisão o local e a seqüência dos eventos que relatam. Segundo ele, só se deve presumir local e continuidade cronológica quando o texto indicar explicitamente.  Outro destaque de Agostinho é que passagens paralelas podem variar em vocabulário, mas transmitir a mesma idéia.

c.       João Calvino (1509-64): publicou em 1555 uma “Harmonia dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas” em Latim.  Ele procurou fazer um arranjo com as passagens, tentando colocá-las em ordem.

II.                O Problema Sinótico:

                        A questão principal dos sinóticos é descobrir qual foi o primeiro escrito e, conseqüentemente, quais são os outros que dependeram desse primeiro para produzirem seu Evangelho.  Mas até que ponto podemos saber se um evangelista utilizou material de outro evangelista tem sido objeto de debate há muitos séculos.Textos como Lucas 1.1-4 e Jo 21.25 sugerem a hipótese de que um autor conhecia o trabalho de outro.

a.      A Teoria da Prioridade de Marcos:

      Essa é a teoria que goza de maior aceitação entre os eruditos.  Também chamada de Teoria dos Dois Documentos, defende Marcos como o 1º escrito.  Mateus e Lucas teriam copiado de Marcos em vários pontos, porém não deixaram de usar material de uma outra fonte que Marcos desconhecia.  Essa seria a explicação para as diversas palavras de Jesus comuns em Mateus e Lucas, mas que não aparecem em Marcos.  Com isso, surgiu a hipótese da chamada “fonte Q”, que veremos a seguir.

Marcos







 




Mateus                  Q                  Lucas

b.      A Teoria Tradicional de Mateus:
      Marcos é visto não como o primeiro, mas como resumo de Mateus e Lucas teria usado os 2 para produzir seu Evangelho.  Tem gozado de muita popularidade na Igreja desde Agostinho essa teoria.

Mateus




Marcos                          Lucas

            Os problemas quanto ao relacionamento literário entre os Evangelhos não é fácil de ser resolvido e nenhuma das teorias fornece resposta a tudo. Talvez melhor seria pensar que, pelo fato de cada evangelista estar já envolvido com uma Igreja, utilizasse uma seletividade, que jamais deve ser confundida com criatividade do autor.  Há dois pontos importantes a se pensar:

1.         Independência:  cada evangelista usou o material mais adequado ao seu propósito (seletividade) em escrever o Evangelho.

2.         Interdependência: todos os evangelistas conheciam as tradições orais acerca de Jesus.  Essas tradições que circulavam nas Igrejas eram, presumivelmente, fiéis aos fatos.

Assim, talvez não seja necessário pensar que os evangelistas usavam muito material escrito.  Talvez isso seja razoável para explicar as diferenças nas palavras de Jesus em um ou outro Evangelho.  Ainda assim, Marcos parece ser o mais primitivo de todos por alguns fatos:
¨      A simplicidade da narrativa;

¨      Pela sua falta de preocupação com a perseguição;

¨      Por não ter 250 versículos que Mateus e Lucas possuem em comum.

4. As fontes do Evangelho: O proto-evangelho e a fonte Q

O chamado “problema sinótico”, que já introduzimos acima, tem relação com a origem desses Evangelhos. Há muito material comum aos três, mas também há considerável quantidade de material peculiar apenas a dois dos três e até material peculiar a cada um deles.  Ao observar os sinóticos, notamos o seguinte:

w  Algumas passagens concordam quase ad litteram – Mt 21.23-27 = Mc 11.27-33 = Lc 20.1-8; Mt 24.4-8 = Mc 13.5-8 = Lc 21.8-11.
w  Mateus e Lucas têm muita coisa que está ausente em Marcos.
w  Às vezes, a matéria é exclusiva, encontrando-se em apenas um dos Evangelhos – Mt 1.1-2.23; Lc 1.1-2.52.
w  Outras vezes, há matérias comuns há dois deles, chegando a quase uma concordância literal – Mt 6.25-34 = Lc 12.22-31.
w  Marcos, apesar de ser o mais breve, contém cerca de 30 versículos que lhe são próprios, não encontrados em Mateus e Lucas – exemplo: Mc 4.26-29.

Assim, diz-se que os sinóticos contêm diferenças e semelhanças.  Essa notável combinação de concordâncias e divergências chama-se “concórdia discors”, ou seja, concórdia discordante.

I.                   Tentativas de Solução do Problema Sinótico:

Desde os começos do século XIX têm surgido tentativas para a solução do problema sinótico.  Dentre elas, quatro merecem destaque:
A hipótese do proto-evangelho:
Essa hipótese foi proposta por G.E. Lessing (1778) e J.C. Eichhorn, que acreditavam na existência de um evangelho original, uma fonte escrita comum da qual os três evangelistas sinóticos se serviram para a produção de seus Evangelhos. Segundo o pensamento de Lessing, essa fonte seria um evangelho em aramaico escrito por Mateus, conhecido como Evangelho dos Nazarenos. O nosso Evangelho de Mateus, seria um resumo desse primeiro que teria se perdido. Marcos e Lucas teriam derivado o seu material desse evangelho aramaico, feitos de acordo com seus pontos de vista e com os propósitos que tinham em mente. A base para as suposições de Lessing era uma declaração de Papias de que cada um interpretava a Logia de Mateus como podia.

A hipótese diegésica ou dos fragmentos (diegeses - "relatos"):
Segundo esta hipótese, produzida por Schleiermacher (1768-1834 d.C.) em 1817, os sinóticos foram formados a partir de inúmeros fragmentos que foram registrados pelos apóstolos e seus ouvintes. Desse modo, a matéria dos Evangelhos sinóticos viria de um grande número de breves anotações (diegeses), que apareceram bem cedo.  Esses fragmentos, contendo temas como milagres, parábolas, narrativas e discursos, logo foram traduzidos para o grego e serviram de base para os evangelistas sinóticos, que os coletaram e com eles formaram os seus evangelhos. Lc. 1:1-2 tem sido invocado como uma evidência disto.  Todavia,  esta teoria não explica a concordância na disposição da matéria.
A hipótese da tradição oral:
Foi defendida primeiro em 1797 por J.G. Herder e mais tarde por J.K.L. Geisler, em 1818. Baseia-se na pressuposição de um proto-evangelho, não escrito, mas pregado oralmente,  que teria tomado forma fixa bem cedo, por volta de 35-40 a.D. e poderia ser essa forma igual a da pregação missionária dos apóstolos, conforme transmitida pelo Livros de Atos. Foi aceita por muitos estudiosos protestantes como Westcott, Alford, Godet, etc.  Esta teoria está certa quanto ao fato de a matéria dos Evangelhos foi transmitida oralmente por um longo período, mas não explica satisfatoriamente as concordâncias, às vezes literais, e a sucessão das perícopes em ordem idêntica.
A hipótese das duas fontes:
A teoria admite duas fontes para a origem literária dos Evangelhos sinóticos: uma é o Evangelho de Marcos, que serviu de modelo para os outros dois (Mateus e Lucas); e a outra, que continham as palavras do Senhor, chamada fonte Q. A fonte Q é um pressuposto que originou-se após os estudiosos terem percebido que 50% dos textos de Mateus e Lucas concordam quase literalmente e que não estão em Marcos. Com isso concluiu que Mateus e Lucas se basearam num texto grego comum, a que chamou de fonte dos discursos, pois "consiste" em grande parte dos discursos (ou ditos) de Jesus. Esse suposto texto é hoje chamado de fonte Q por causa da palavra alemã para fonte - Quelle.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

I. Forças Inibidoras e Geratrizes para a escrita do Novo Testamento

Forças Inibidoras (motivos que inibiram a escrita dos Evangelhos)
Forças geratrizes (motivos que impeliram os autores a redigirem os Evangelhos)
1 – A Igreja Primitiva era uma comunidade eminentemente escatológica (aguardava o retorno iminente de Jesus)
1 – Arrefecimento da esperança escatológica
2 – A pouca cultura dos primeiros cristãos
2 – A morte dos apóstolos e das testemunhas oculares
3 – Custo do material, isto é, do papiro.
3 – Necessidade da Catequese
4 – Perseguição
4 – Nascente interesse histórico e biográfico acerca de Jesus.

5 – Defesa contra os judeus (judaizantes) e contra os heréticos.

6 – Necessidade apologética (gnosticismo)

7 – Encorajamento para enfrentar a perseguição.

Teologia e Ciências Naturais: "A RAZÃO DENTRO DA FÉ" (aulas de 21/02 - de 1 a 9 e 07/03 - de 10 a 13)



Teologia e Ciências Naturais: A RAZÃO DENTRO DA FÉ
Aula de 21/02/2014, introdução e palavras de 1 a 9.
Aula de 07/03/2014, palavras de 10 a 13.
As aulas desses dois dias versaram sobre várias passagens do Novo Testamento que demonstram que o Cristianismo é uma religião que apela profundamente para a razão, pensamento e raciocínio humanos, muito mais que à própria misticidade da fé.
Nessa linha de pensamento o Professor Darlyson nos apresentou várias palavras gregas que significam “mente”, “razão”, “pensamento”, etc., sendo usadas no texto bíblico do Novo Testamento para demonstrar que a mensagem de fé do Evangelho nos apela profundamente à formação da razão e do pleno conhecimento e que o ato de crer não é ignorância, mas ato refletido e fundamentado na certeza e, por assim dizer, não deixa nada a desejar à ciência.

1) νους / νοῦς - nous (nous)
Significado: A mente, o intelecto
Lucas 24:45
“Então lhes abriu a mente para que entendessem as Escrituras.”
Abriu o intelecto, lhes explicou, lhes mostrou o que estava escrito para entenderem.
1 Coríntios 14:14
“Se oro em línguas, meu espírito está em oração, mas a minha inteligência nenhum fruto colhe.”
O apóstolo está ensinando que devemos orar com a inteligência, mais do que em línguas.
Filipenses 4:7
“Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.”
A paz de Deus, que é um fruto do Espírito Santo na vida pessoa que está unida a Deus por Jesus Cristo, não pode ser entendida pelo pensamento, mas dá segurança e equilíbrio interior. (Obs.: só tem essa paz quem está em comunhão com Deus.)
Romanos 7:23
“..., mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros.”

Romanos 1:28
“E como não julgaram bom ter o conhecimento de Deus, Deus os entregou à sua mente incapaz de julgar, para fazerem o que não convém.”

Romanos 12:2
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito.”

1 Coríntios 1:10
“Eu vos exorto, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo: guardai a concórdia uns com os outros, de sorte que não haja divisões entre vós, sede estreitamente unidos no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar.”

Efésios 4:17
“Por isso não sejais insensatos, mas procurai conhecer a vontade do Senhor.”

Efésios 4:23?


Colossenses 2:18
“Ninguém vos prive do prêmio, com engodo de humildade, de culto dos anjos indagando de coisas que não viu, inchado de vão orgulho em sua mente carnal.”

1 Timóteo 6:5
“..., altercações intermináveis entre homens de espírito corrupto e desprovidos de verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.”

2) νουνεχῶς - nounechós
Significado: sabiamente, refletidamente.
Marcos 12:33,34
“..., e amá-lo de todo o coração, de toda a inteligência e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios. Jesus, vendo que ele respondera com inteligência, disse-lhe: “Tu não estás longe do reino de Deus”.
Jesus com essa palavra está elogiando a conclusão lógica a que o escriba chegou; e justamente essa conclusão fala do que superior a qualquer rito religioso.
3) frýn
Significado: racional
1 Coríntios 14:20
“Irmãos, quanto ao modo de julgardes, não sejais como crianças; quanto à malícia, sim, sede crianças, mas, quanto ao modo de julgar, sede adultos.”

4) logikós
Significado: racional, coerente.
Romanos 12:1
“Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual.”

1 Pedro 2:2
“..., desejai, como crianças recém-nascidas, o leite não adulterado da palavra (leite racional), a fim de que por ele cresçais para a salvação.”

5) paralogizomai
Significado: enganar, ludibriar, iludir
Colossenses 2:4
“Digo isto para que ninguém vos engane com argumentos capciosos.”

Tiago 1:22
“Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”

6) διάνοια –
Significado: entendimento, razão, inteligência.
Marcos 12:30
“..., e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e com toda a tua força.”

Efésios 4:18
“..., com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus pela sua ignorância, e pela dureza dos seus corações.”

Hebreus 8:10
“Porei as minhas leis na sua mente, e as inscreverei nos seus corações.”

1 João 5:20
“Nós sabemos que veio o filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos o Verdadeiro.”
insight
Colossenses 1:21
“Vós éreis outrora estrangeiros e inimigos, pelo pensamento e pelas obras más.”

7) sýnesis –

Marcos 12:33
“e amá-lo, de todo o coração e de toda a inteligência e com toda a força...”

Lucas 2:47
“e todos os que o ouviam ficavam extasiados com a sua inteligência e com as usas respostas.”

1 Coríntios 1:19
“Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes.”

Efésios 3:4
“lendo-me, podeis compreender a percepção que tenho do mistério de Cristo.”

Colossenses 1:9
“Por isso, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais levados ao pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e discernimento espiritual.”

Colossenses 2:2
“para que sejam confortados os seus corações, unidos no amor, e para que eles cheguem à riqueza da plenitude do entendimento e à compreensão do mistério de Deus.”

8) synetós -
Mateus 11:25
“Por esse tempo, pôs-se Jesus a dizer: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e as revelaste aos pequeninos’.”

Lucas 10:21
“Naquele momento, ele exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim ó Pai, porque assim foi do teu agrado’.”

Atos 13:7
“Ele estava com o procônsul Sergio Paulo, homem prudente, o qual mandara chamar Barnabé e Saulo, desejoso de ouvir a palavra de Deus.”

1 Coríntios 1:19
“Pois está escrito: ‘Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes’.”

9) epistémon
Tiago 3:13
“Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo bom comportamento suas obras repassadas de docilidade e sabedoria.”

10) λογίζομαι <logizomai> pronuncia-se loguizomai.
Significado: estimar no sentido de avaliar
Atos 19:27
“Isto não só traz o perigo de a nossa profissão cair em descrédito, mas também o próprio templo da grande deusa Ártemis perderá todo o seu prestígio, sendo logo despojada de sua majestade aquela que toda a Ásia e o mundo veneram.”
Cair em descrédito = ser avaliada em nada
Romanos 2:26
“Se, portanto, o incircunciso guardar os preceitos da Lei, porventura sua incircuncisão não será considerada circuncisão?”
Considerada = reputada
Romanos 9:8
“Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa que são tidos como descendentes.”
São tidos = constados, considerados – raciocínio lógico.
1 Coríntios 4:1
“Portanto, considerem-nos os homens como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus.”

2 Coríntios 10:2
“Rogo-vos, não me obrigueis, quando estiver presente, a mostrar-me ousado, recorrendo à audácia com que tenciono agir contra os que nos julgam como se comportássemos segundo a carne.”

João 11:50
“Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça toda a nação?”

2 Coríntios 10:11
“Quem assim fala, tome consciência de que tais como somos pela linguagem e por cartas quando estamos ausentes, tais seremos por nossos atos quando estivermos presentes.”

Hebreus 11:18b (ou 19) Gênesis 22:1-14.
“Mas ele dizia: Deus é capaz também de ressuscitar os mortos. Por isso, recuperou seu filho como um símbolo.”
Julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar.
11) λογίζομóς <logismós> pronuncia-se loguismós
Romanos 2:15
“eles mostram a obra da lei gravada em seus corações, dando disto testemunho sua consciência e seus pensamentos que alternadamente se acusam ou defendem.”
Seus pensamentos, raciocínios.
2 Coríntios 10:5
“e todo poder altivo que se levanta contra o conhecimento de Deus. Tornamos cativo todo pensamento para leva-lo a obedecer a Cristo.”
Entendimento
12) λογομαxια <logomaxía>
1 Timóteo 6:4
“é porque é cego, nada entende, é doente à procura de controvérsias
Contenda de palavras
Tito 3:9
“Evita controvérsias insensatas, genealogias, dissensões e debates sobre a Lei, porque para nada adiantam, e são fúteis.”
Coisas inúteis e vãs.
12b) λογομαχεω <logomaxéu>
2 Timóteo 2:14
“Recorda todas estas coisas, atestando diante de Deus, que é preciso evitar as discussões de palavras: elas não servem para nada, a não ser para a perdição dos que as ouvem.”
Não ter contendas de palavras
13) μανθανω <mantháno>
Mateus 11:29
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas alma.”
aprender contínuo, não pare de aprender
Marcos 13:28
Aprendei, pois, a parábola da figueira...”
Compreendam, não alegorizem
João 7:15
“Admiravam-se então os judeus, dizendo: Como entende ele as letras sem ter estudado?”

Romanos 16:17
“Rogo-vos, entretanto, irmãos, que estejais alerta contra os provocadores de dissensões e escândalos contrários ao ensinamento que recebestes. Evitai-os.”
Não é revelação...
1 Coríntios 14:31
“Vós todos podeis profetizar, mas cada um a seu turno, para que todos sejam instruídos e encorajados.”

Filipenses 4:11
“Falo assim não por causa das privações, pois aprendi a adaptar-me às necessidades.”
Nível de aprendizado profundo
Colossenses 1:7
“Nela fostes instruídos por Epáfras, nosso querido companheiro de serviço, que nos presta ajuda, como fiel ministro de Cristo.”

Hebreus 5:8
“E embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento.”


Todos os versículos bíblicos aqui citados foram tirados da Bíblia de Jerusalém - Nova Edição Revista e Ampliada, da Editora Paulus, 5ª impressão, 2008.