INTRODUÇÃO À TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO (REFERENTE AULA PROFESSOR GENILSON)
Bem-vindos todos colegas.
Chegamos ao Terceiro Bimestre com a graça de Deus.
Esse texto eu encontrei na internet e acho que vai ajudar a gente a ficar cobra no assunto. Como poderemos perceber, ainda não há um consenso sobre o objeto da disciplina, mas o conteúdo abaixo vai nos ajudar a nos situar sobre o assunto. Depois posto a segunda parte.
Bom proveito turma.
Antônio.
1.
Conceito e Definição
O
conceito de Teologia do Antigo Testamento está enlaçado ao conceito de
“teologia”. Por definição, se entendermos “teologia” como sendo “o estudo de
Deus e de sua revelação ao homem”, consequentemente a Teologia do Antigo
Testamento será “o estudo de Deus e de sua revelação ao homem no Antigo Testamento”.
Ao considerarmos que “do” refere-se à “pertencendo a”, o substantivo
“teologia” estaria subordinado ao Antigo Testamento, levando-nos a considerar
uma “teologia que pertence singularmente ao Antigo Testamento”. Entretanto, o
título “Antigo Testamento”, possuiu uma identidade especial, pois se reconhece o
“Antigo Testamento” como uma unidade na Escritura Sagrada na qual os cristãos
combinam e contrastam com o Novo Testamento. Portanto, Teologia do Antigo
Testamento “é o estudo de Deus e de sua revelação ao povo eleito segundo os
escritos desse mesmo povo e que, por conseguinte, se difere da revelação de
Deus por meio de Cristo”.
É
sabido, porém, que o Antigo Testamento é um conjunto de 39 livros no cânon
cristão, escritos em épocas distintas por diferentes hagiógrafos. Quanto à
literatura, o Antigo Testamento possui diversificadas características
literárias que vão desde a prosa até ao gênero apocalíptico. Consequentemente,
uma Teologia do Antigo Testamento deve contemplar todas essas extensões quer
sejam temporais, culturais ou literárias.
Não
somos escusados de frisar de que a Teologia do Antigo Testamento se insere
dentro da divisão da Teologia conhecida como Teologia Bíblica. Esta por sua
vez, se ocupa também da Teologia do Novo Testamento. O propósito da Teologia
Bíblica, segundo Ladd “é de expor a teologia encontrada na Bíblia em seu
próprio contexto histórico, com seus principais termos, categorias e formas de
pensamentos”. Isto posto, uma teologia bíblica do Antigo Testamento deve
considerar os graus de desenvolvimento da revelação divina no Antigo Testamento
e ser mais descritiva do que prescritiva, isto é, descrever o conteúdo
teológico do Antigo Testamento e, não diretamente ocupar-se de sua aplicação,
atualização ou acomodação bíblica.
O
encadeamento lógico dessas proposições leva-nos a seguinte definição: “Teologia
do Antigo Testamento é a disciplina da Teologia Bíblica que estuda a pessoa,
atributos, revelação de Deus, e sua aliança com o povo eleito considerando a
progressividade da revelação, os escritos e estilos literários do cânon judaico
do Antigo Testamento”.
Embora
redundante, urge ressaltar que a Teologia do Antigo Testamento difere-se do
estudo denominado de Introdução ao Antigo Testamento. Enquanto o primeiro se
ocupa da teologia bíblica nos livros veterotestamentário, o segundo trata dos
aspectos pertinentes ao cânon, texto, data, autoria, composição, estrutura e
comentário descritivo de cada livro sem deter-se em sua teologia específica. As
duas disciplinas formam uma díade e são igualmente necessárias para a compreensão
das Escrituras.
2.
Definição e Conceito Segundo Alguns Teólogos
O
Dr. Asa Routh Crabtree define a Teologia do Antigo Testamento como: A Teologia
do Velho Testamento é o estudo dos atributos de Deus e o propósito das suas
atividades na história e na vida do povo de Israel, de acordo com a doutrina da
revelação divina nos livros sagrados deste povo.
R.
K. Harrison, professor de Antigo Testamento do Wycliffe College, define a
disciplina nos seguintes termos: A Teologia do Antigo Testamento esforça-se
para expor, do modo mais ordenado possível, as grandes declarações da verdade
divina que ocorrem nesses escritos.
Tais
afirmações podem incluir revelação direta ou proposicional da parte de Deus a
respeito da Sua natureza e Seus propósitos, proclamações feitas por profetas e
outros de temas ou aspectos específicos da Torá e do seu significado para os
receptores.
Segundo
Paul Francis Porta, a Teologia Bíblica do Antigo Testamento enfatiza a
importância teológica de diversos livros ao revelarem-se no desenrolar gradual
da mensagem redentora.
Outros
autores que tratam da Teologia do Antigo Testamento preferem definir Teologia Bíblica
em vez de considerar especificamente o título, pois existem muitas
controvérsias a respeito do tema. Ralph L. Smith afirma que a literatura básica
da disciplina nos últimos 50 anos tem demonstrado pouca concordância quanto à
natureza, tarefa e metodologia dessa disciplina. De acordo com John McKenzie,
na obra “A Teologia do Antigo Testamento” a Teologia bíblica é a única disciplina
ou subdisciplina no campo da teologia que carece de princípio, métodos e
estrutura que recebam aceitação geral. Nem mesmo existe uma definição geral de
seu escopo.
Concernente
a definição, escopo e metodologia, o teólogo Gerhard von Rad, afirma que a Teologia
do Antigo Testamento ainda é uma ciência jovem, uma das mais jovens dentre as ciências
bíblicas. (...) Predomina a característica de não ter ainda havido um acordo perfeito
quanto ao domínio que lhe é próprio.
Essa
falta de consenso entre os teólogos a respeito do assunto têm suscitado
calorosas disputas. Um exemplo vislumbra-se no “Prefácio da Quarta Edição” de
von Rad onde ele justifica o seu método diacrônico e responde ao teólogo W.
Eichrodt e F. Baumgärtel as críticas ao seu método. Consequentemente, a delimitação
e definição do tema conduzem a outra controvérsia não menos importante: o
método empregado para se chegar a uma Teologia do Antigo Testamento.
3.
Excurso sobre os Métodos de Teologia do Antigo Testamento
De
acordo com o teólogo K.H. Harrison uma teologia do Antigo Testamento para ser formulada
com sucesso precisa considerar:
O
significado que as palavras e os escritos tinham para aqueles que os receberam originalmente;
Deve
estar firmemente baseada numa tradição tão fiel ao texto original quanto
possível, considerando os problemas de transmissão textual e o fato de algumas
palavras hebraicas ainda terem significados desconhecidos;
Manter
o devido equilíbrio entre um método de investigação histórico e objetivo e o
conceito de uma revelação autorizada e definitiva de Deus em forma escrita;
Por
fim, o pensamento dos escritores do Antigo Testamento não deve restringir-se
aos interesses que dizem respeito à religião ou à vida dos hebreus antigos.
Deve considerar parte da revelação contínua de Deus que chega ao seu ponto
culminante na proclamação neotestamentária da Sua graça redentora em Cristo.
Segundo
o teólogo Kaiser Jr. a teologia do Antigo Testamento é a disciplina mais
exigente dos estudos veterotestamentários, e que o escopo dessa disciplina tem
desencorajado a maioria dos estudiosos, até mesmo aqueles que estão no fim das
suas carreiras acadêmicas.
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